Diogo e Ricardo – Casamento
Hoje partilhamos finalmente o casamento do Diogo e do Ricardo. Poderíamos escrever apenas um texto assim:
Diogo e Ricardo duas pessoas que confiaram sempre no nosso trabalho e nessa confiança residiu o nosso empenho crescente. Uma cerimônia muito emotiva feita pela melhor contadora de histórias que conhecemos, um jantar vestido a rigor nas planícies alentejanas da casa no tempo e os corpos dançando pela noite de um céu estrelado.
Memórias , estórias e amor é sempre sempre o que nos faz estar aqui.
E pronto seria perfeito eu sentir que em pleno 2020 esta seria a “legenda” deste lindo casamento.
Mas não sinto e não sinto porque se fala de roupa sem gênero em Portugal e salta a pulga da balança a muitos, não sinto porque infelizmente quando saímos do nosso círculo comum vemos que aquilo que é banal / natural, sem significado para nós, não o é para o vizinho, para o outro em geral.
Então a este texto acrescento uma outra estória .
Quem nos conhece sabe que na nossa equipa somos alguns mas que quem “comanda” este barco é um casal uma designer e um videografo que têm filhos, a nossa filha mais velha sempre andou connosco para todo o lado, conhece noivas dos mais diversos tipos e não me lembro bem se foi no dia deste casamento ou ao ver as fotografias, a minha filha apaixonada por vestidos desde de princesa aos do rock gosta sempre de ver o vestido da noiva e perguntou ao ver este casamento: Mãe posso ver a noiva ?
E eu respondi: Este casamento não tem noiva é entre dois homens.
Resposta da minha filha:
Haa ok ! (E continuou literalmente a vida dela ).
Esta naturalidade/ esta normalidade infantil e talvez por ser algo tão presente no círculo de amigos dos pais fez-me agradecer ao mundo por ter crianças e claro verificar como o preconceito esse sim não é natural ele se forma, como outro hábito de qualquer.
E aqui conto outro diálogo que assisti sem intervir, entre crianças também com a minha filha. Um amigo disse que ia casar com ela e a minha filha respondeu que ia casar com ele e com a sua irmã o amigo disse-lhe que as meninas só casam com meninos e a minha filha respondeu:
Não é verdade todos podemos casar meninos com meninos , meninas com meninas todos podem casar!
O amigo não respondeu.
E assim termino sem grandes lições de moral mas com a banalidade de uma criança que consegue ver pessoas e não apenas o que temos entre as pernas. A mudança está em nós, o futuro que queremos viver está no presente e na forma como o estamos a viver / ser e a fazer crescer.
Educar é a tarefa mais difícil que existe
Educar é viver o presente mas no presente formam-se adultos e se os adultos que educam poderem também ser educados todos caminhamos no bom caminho, a meu ver claro sempre a meu ver.
Créditos: As pessoas que fazem “o Alma” desde todos os que trabalham nesta equipa, neste projecto a todos os que a ele recorrem para estórias como esta.